Monday, July 30, 2007

 

Diálogo Fictício entre Martha Medeiros e Alberto Goldin

MM: Hola Alberto, que tal? Bom podemos trocar figurinhas sobre a alma moral não é? Tão em baixa graças ao Bonder.... Engraçado. Vou logo dizer o que penso e rápido.... O que queria explicar.... Vai mais pra lá de Helen Fisher ou do chupa-um-zé ou bonono hippie... Aula de biologia mesmo.... A mulher se apaixona pelo macho-alfa, ele tem a claque, a platéia, patuléia, até a Léa, mas ela fica cheia de mimos e se encanta por qualquer outra coisa quando o interesse dele é REALMENTE voltado só pra ela.

AG: Mas Martha, vizinha de berço cisplatino e de páginas globais, biologicamente esse momento é que gera ruptura: ele se descuida, mas sabe depois da reflexão o que quer.... e aí quer sem ambigüidade... Ou então vai embora.... Ou não vai.... Parece coisa de mulher, não?

MM: Mas a ambigüidade faz parte do lado feminino, não do masculino. Se o homem está resoluto, indo adiante, sem máculas, ciente de si e do que quer, sem margem de erros - depois de pensar e refletir, é a mulher que já questiona se esse macho é alfa mesmo... Pois o alfa tem que deixá-la com uma pulga atrás da orelha....

AG: Entendo... Se não é melhor entrar em outra busca...? Hmmm... tá bom... Aí há uma convergência, ela pode dar sorte mas geralmente, como o macho, se estrepa. E aí o macho joga o carro em ponto morto....

MM: Por quê? Como assim...?

AG: Pois como elas mesmo dizem, só há macho complicado e cheio de caraminholas, peculiares a cada um, mas tem que botar pró(zac)s e contras na balança.... Aí o macho cheio de si e fulgurante, é impetuoso e impaciente, faz parte de sua natureza, assim como a mulher sangra a cada mês... Cada um com sua natureza... Aí pesa a questão da faixa otária na busca, se de mais jovem ou não, essas coisas em que as mulheres são – injustamente – mais estigmatizadas...

MM: Mas a mulher, sábia, inconscientemente usa seu poder para regular o macho, negando fogo, ou incerta de seu fogo, sonhando com ilusões e desilusões. E aí o mundo prático cai na cabeça. As máculas podem ser irreparáveis.

AG: Mas os machos mais sábios, aaah eles existem sim, acreditam que o nome Pitanguy não existe em vão. Não fica cicatriz nem na alma nem no lifting – com ou sem trocadilho.... Aliás não é questão de corpo. O problema é esquecer e isso só acontece com lobotomia ou arrancando a cabeça fora, não há cirurgia plástica no lobo frontal que tire essa ru(s)ga... Mas temos que ter fé....

MM: Já sei.... Que com muito trabalho se resolve tudo, e muitas mulheres aí já estão cabreiras, desconfiam ou pode ser que já tenham perdido a libido total... Ou o contrário pode ocorrer.... Mas que o trabalho forte dentro da relação gera resultados mais que satisfatórios. Por aí?

AG: Sim e não.... O macho pode reafirmar seu papel alfa e a fêmea tem uma importância sem par no processo pois vai ser amada como uma cadela no cio e será protegida de todas as intempéries... O macho pode estar depois tão seguro de si que sabe que elas podem voltar com o rabo entre as pernas, no bom sentido de saber que com o alfa da vida delas, elas descobrirão nao só o afeto como a paixão de novo (ou de velho).

MM: Tá.... mas a proteção da intempérie não é suficiente para a distinção entre papel de provedor e do que pode prover a tara mais louca que impulsiona com noradrenalina e dopamina.... Sobre isso não sabemos.... Mas aí cabe ao macho trabalhar nos seus outros ativos para que ela perceba que a perda será atroz, cuidando do corpo, cabeça, alma e tudo mais.... Ambos é claro....

AG: Então sua visão é realmente “femininista”... Por dizer.... Assim atingimos a total intimidade, confiança absoluta, pois chegaremos a uma plenitude. Lá na questão da física, onde não cabem dois corpos no mesmo espaço... Por aí???? A "a-tensão" estará voltada a um único ser não biunívoco e sem equívoco.... Mais ou menos por aí....??? De resto, se não há malhação e trabalho não se sua, não se ganha grana, não se realizam sonhos, não se atinge nenhum ideal comum.... Certo?

MM: Muito perspicaz.... Mas nada é tão fácil assim.... Lembre-se da ambigüidade que falávamos.... Significa que existe o cinza entre o branco e o negro.... Se um dos dois se situa nos extremos, não há equilíbrio possível....

AG: Mas aí você fala como homem, como Alberto e não como Martha.... Pois nessas horas não há a ambigüidade feminina, elas pulam na paixão como um rato faminto por queijos e beijos... E lá vai a balança da Hirsch pois o amor engorda e a paixão emagrece....

MM: Pois é, aí eu já não sei responder.... Não sei, não sei....

AG: Eu sabia.... Sabia que vocês acham que sabem mas não sabem.... Por isso que todo grande-mestre de xadrez é homem.... O não saber é o que mais define o lado feminino e é o que é mais intrigante e extenuante.... Mas é meta-físico (perdão)... O côncavo é exposto mas não o convexo – que não tem nexo e define seu sexo - pois é buraco e ausência na sua forma de ser.....

MM: Mas a gente sabe sim Alberto, leia Leibniz... Ele vai da juris-prudência (ou falta de) até à linguística, sem acrescentar que quero dar-te mate, mas não cheque, pois somos do Sul....

AG: Caçapava tchê... Tu és a gaúcha, mas bá... Deu pra ti.... Tá bom.... Vou ver um filme do Woddy Allen, de cepa mais recente..... Um beijo....

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