Tuesday, July 31, 2007

 

Amor e Filosofia

(Resenha pessoal da Revista Filosofia - Ano 1 - No. 3)

Fabio Cardoso Maimone, da PUC-SP, explica que “... até mesmo na palavra Filosofia há relação com este sentimento: amor pela sabedoria. Sofia é sabedoria e Filia é um tipo de amor, que não é carnal, mas o amor da busca, do desejo; é o amor da inquietação...” Hmmm. Subjetivemos pois. Pode ser expresso de várias formas. Mas todas são gestuais. Existe o gesto não físico também. Mas o paralelo está na inquietação, não conformação e busca por saber mais. Busca do objeto ou sujeito, obviamente. Sem duplas intenções, queria dizer que está tudo no Banquete de Platão, claro. Maimone lembra a influência pitagórica em Platão, onde há gritas contra a desmedida e o desequilíbrio, ou contra o gostar do objeto do desejo mais do que do próprio desejar.

Cai-se na dicotomia entre Eros e Afrodite, mas voltando ao livro, o banquete é oferecido em homenagem ao próprio amor. Maimone lembra que o Eros do desejo, ou melhor o desejo de Eros, logo ganhou a conotação da profana (para alguns) trindade da paixão, libido e sexo. Ou seja cai-se numa certa vulgaridade – no sentido estrito sem conotações maiores. Dos convivas Fedro e Pausânias (êpa!), observam-se colocações (double êpa!!) bem instigantes, como a de que “as ações que temos em relação àquele(a) que amamos nunca serão ridículas, e mesmo que exista a possibilidade de agredir um deus, seremos perdoados porque estamos amando”. Maimone lembra da intervenção - quiçá cirúrgica - do médico Erixímaco sobre a questão da cara-metade, androginia e a legitimidade de todas as relações – onde não se trata de viadagem, mas do ser humano completo de tanto amor que encontra em sua natureza única. A androginia visando atingir um estado de deidade onde o verdadeiro Deus separava os dois (no ápice do clinche do boxe) em homem e mulher para serem estes reunidos novamente através do amor.

Sócrates lembra do mito (Diotima de Mantinéia) no qual o amor é filho de Poros (abundância) com Penia (pobreza). Poros, Penia, esse Sócrates não era fácil, disso já sabemos... Ou seja, conclui-se que então não seria o sentimento mais perfeito ou sublime. Maimone diz – nessa vertente - que “quem ama busca o outro para tornar-se perfeito... O dia em que for perfeito cai na tolice...na posse... que não é mais o amor e sim a paixão...” Hmmm, não sei não. Daí vamos ao platonismo mesmo de lembranças, não materialização objetiva, essas coisas onde diz-se que é até um sentimento da alma quando ela sente que perdeu sua condição divina – que é uma coisa literalmente rasteira... O amor platônico assim seria, pelo contrário, uma coisa eterna. Há os que sustentam que o amor é possível somente para os fortes. A questão é se ele leva à virtude, pois no começo tudo é belo, mas temos expectativas e cobranças e aí o trem (altamiro) descarrilha. Nisso muitos conceitos são mal compreendidos, na intensidade da expectativa que leva a conversas, estas sim, vulgares e banais. Maimone lembra que Santo Agostinho pregava que “pecar é você amar as criaturas com o amor de Deus. Ou amar Deus com o amor das criaturas”. Esse cara é bom. Ama-se cada pessoa de cada forma e com intensidades distintas. Maimone se considera aristotélico e não vê com bons olhos o plano idealizado. Daí que “todo ato humano tem em si duas características: a imprevisibilidade e as irreversibilidades”.

Então chegamos novamente à física, talvez, pois pressupõe-se o magnetismo ou essa busca pela fusão, que poderia ou não ser compatível com outro conceito caro à filosofia que seria a liberdade. Então temos talvez Hobbes, Rousseau, Hume e Mill afirmando que há uma compatibilidade, ou seja, o ser humano é dono de seu nariz. Por outro lado, mesmo sem jogar o amor no meio, temos o determinismo kantiano pois trazemos formas e conceitos a priori. Vícios e coisas afins. Assim que Bergson sintetizou bem dizendo que a liberdade é você ser você mesmo - genuinamente. Lembrando que a vida em sociedade e o contrato social são fatores inibidores também. Marco Antônio de Paiva (PUC-MG) lembra que “o exercício da liberdade ‘desejada em sua totalidade’ pode aniquilar a própria liberdade”. Ou seja, com a ausência de limites, do horizonte de Nietzsche, não sabemos o que é o próprio conceito de limite. Então o amor enquanto amor é sempre ambivalente pois vive em tensão e distensão, metafísica ou não.

 

Biro-Biro

“Aquilo que não sei é a minha melhor parte” (Clarice Lispector)

Mário Sérgio Cortella, filósofo da PUC-SP, lembra onde a filosofia tangencia a física quântica com a asserção de Heráclito: “Esse mundo, nenhum homem o fez, nenhum deus o fez. Ele é um fragmento eterno, que se acende e se apaga segundo uma medida desconhecida...” Cai-se então em Platão, no que é, como ele diz, a realidade e a aparência, ou seja, essência e aparência. Coisa com que talvez Oscar Wilde pudesse divergir um pouco. Mas Cortella, não se atendo à alegoria da caverna, lembra que essa tangencialidade com a quântica nos leva de volta, ironicamente, à percepção religiosa. Como ele diz, das coisas não serem exatamente o que aparentam ser. Ou seja, múltiplas dimensões e suspeitas do que parece ser evidente. Ou seja, ainda seguindo seus passos, ele diz que isso nos acolhe no mistério, que, curiosamente nos leva a noções clássicas de teologia medieval. Então caímos no círculo meio doido onde a filosofia não nos auxilia; não ser apaixonado por ela, por aí vai Cortella, mas por ter com ela uma relação amorosa, pois definiu ele a paixão como a suspensão temporária do juízo – o que é bom, ao meu ver. O juízo é de julgar, o que jamais devemos fazer, mas aí já filosofo demais... Discordo também quando ele fala que tem que manter essa relação respeitosa para ter uma certa objetividade no trato com a questão. Ora o pressuposto é lidar com as mil-faces exatamente da subjetividade. Aí caiu ele numa arapuca. Como a “quimera” do filme “Saneamento Básico”. Falando da arte concordo com ele, que ela e a filosofia tem o papel de “inventar o mundo”. E de brincar com conceitos como o que é exotérico(sic) e esotérico. Mas aí caímos no que ele chama de certa religiosidade ou pelo menos a tentativa de saída do provisório para a entrada no permanente.

Monday, July 30, 2007

 

Hiroshima Mon Amour....

O impacto da Bomba Atômica



(Curiosamente do Alan Resnais também, com o magnífico “Coeurs” agora – Medos Privados em Lugares Públicos – tantas coincidências; essa tradução de título parece piada pessoal perversa... Mas não fica nenhum nenhum rancor, absolutamente nada, Deus perdoa a todos, eu também, se outros me perdoam é com eles, eu só observo os efeitos... Não vejo defeito em ninguém... Só formosura.... Boa sorte a todos...)



Foi assim que, supõe-se, muitos habitantes interpretaram, nos segundos que antecederam as suas mortes, aquele clarão imenso, cegante, que se expandiu frente a seus olhos. Para eles, o Sol revoltara-se contra o Japão! Outros, mais à distância do hipocentro da explosão, que se deu a 580 metros acima da Ponte Aioi, ainda puderam ver como os ferros se retorciam, como as paredes se esfarelavam, e como o chão embaixo deles ardia.



Os físicos calcularam depois que, nas proximidades da explosão primeira Bomba Atômica, a temperatura oscilou entre 3 a 4 mil graus, o suficiente para fundir o ferro por duas ou três vezes. Pelas ruas daquela cidade, que, em 1945, abrigava não mais de 350 mil habitantes, cavalos e bois enlouquecidos pelas queimaduras disparavam em todas as direções.



Os humanos viam desprender-se a pele, o descarnar-se das suas mãos, enquanto seus cabelos pulverizavam-se em milésimos de segundo. De outros, os olhos simplesmente saltavam das órbitas. A nuvem que os cobriu em 30 apenas segundos avançou por 11 quilômetros, devorando, insaciável, tudo que encontrou pelo caminho, fosse humano ou material. Incinerou tudo a sua passagem. Quando finalmente fez-se silêncio, 140 mil pessoas tinham perecido pelas mais terríveis e diversas formas que se possa imaginar.

 

Diálogo Fictício entre Martha Medeiros e Alberto Goldin

MM: Hola Alberto, que tal? Bom podemos trocar figurinhas sobre a alma moral não é? Tão em baixa graças ao Bonder.... Engraçado. Vou logo dizer o que penso e rápido.... O que queria explicar.... Vai mais pra lá de Helen Fisher ou do chupa-um-zé ou bonono hippie... Aula de biologia mesmo.... A mulher se apaixona pelo macho-alfa, ele tem a claque, a platéia, patuléia, até a Léa, mas ela fica cheia de mimos e se encanta por qualquer outra coisa quando o interesse dele é REALMENTE voltado só pra ela.

AG: Mas Martha, vizinha de berço cisplatino e de páginas globais, biologicamente esse momento é que gera ruptura: ele se descuida, mas sabe depois da reflexão o que quer.... e aí quer sem ambigüidade... Ou então vai embora.... Ou não vai.... Parece coisa de mulher, não?

MM: Mas a ambigüidade faz parte do lado feminino, não do masculino. Se o homem está resoluto, indo adiante, sem máculas, ciente de si e do que quer, sem margem de erros - depois de pensar e refletir, é a mulher que já questiona se esse macho é alfa mesmo... Pois o alfa tem que deixá-la com uma pulga atrás da orelha....

AG: Entendo... Se não é melhor entrar em outra busca...? Hmmm... tá bom... Aí há uma convergência, ela pode dar sorte mas geralmente, como o macho, se estrepa. E aí o macho joga o carro em ponto morto....

MM: Por quê? Como assim...?

AG: Pois como elas mesmo dizem, só há macho complicado e cheio de caraminholas, peculiares a cada um, mas tem que botar pró(zac)s e contras na balança.... Aí o macho cheio de si e fulgurante, é impetuoso e impaciente, faz parte de sua natureza, assim como a mulher sangra a cada mês... Cada um com sua natureza... Aí pesa a questão da faixa otária na busca, se de mais jovem ou não, essas coisas em que as mulheres são – injustamente – mais estigmatizadas...

MM: Mas a mulher, sábia, inconscientemente usa seu poder para regular o macho, negando fogo, ou incerta de seu fogo, sonhando com ilusões e desilusões. E aí o mundo prático cai na cabeça. As máculas podem ser irreparáveis.

AG: Mas os machos mais sábios, aaah eles existem sim, acreditam que o nome Pitanguy não existe em vão. Não fica cicatriz nem na alma nem no lifting – com ou sem trocadilho.... Aliás não é questão de corpo. O problema é esquecer e isso só acontece com lobotomia ou arrancando a cabeça fora, não há cirurgia plástica no lobo frontal que tire essa ru(s)ga... Mas temos que ter fé....

MM: Já sei.... Que com muito trabalho se resolve tudo, e muitas mulheres aí já estão cabreiras, desconfiam ou pode ser que já tenham perdido a libido total... Ou o contrário pode ocorrer.... Mas que o trabalho forte dentro da relação gera resultados mais que satisfatórios. Por aí?

AG: Sim e não.... O macho pode reafirmar seu papel alfa e a fêmea tem uma importância sem par no processo pois vai ser amada como uma cadela no cio e será protegida de todas as intempéries... O macho pode estar depois tão seguro de si que sabe que elas podem voltar com o rabo entre as pernas, no bom sentido de saber que com o alfa da vida delas, elas descobrirão nao só o afeto como a paixão de novo (ou de velho).

MM: Tá.... mas a proteção da intempérie não é suficiente para a distinção entre papel de provedor e do que pode prover a tara mais louca que impulsiona com noradrenalina e dopamina.... Sobre isso não sabemos.... Mas aí cabe ao macho trabalhar nos seus outros ativos para que ela perceba que a perda será atroz, cuidando do corpo, cabeça, alma e tudo mais.... Ambos é claro....

AG: Então sua visão é realmente “femininista”... Por dizer.... Assim atingimos a total intimidade, confiança absoluta, pois chegaremos a uma plenitude. Lá na questão da física, onde não cabem dois corpos no mesmo espaço... Por aí???? A "a-tensão" estará voltada a um único ser não biunívoco e sem equívoco.... Mais ou menos por aí....??? De resto, se não há malhação e trabalho não se sua, não se ganha grana, não se realizam sonhos, não se atinge nenhum ideal comum.... Certo?

MM: Muito perspicaz.... Mas nada é tão fácil assim.... Lembre-se da ambigüidade que falávamos.... Significa que existe o cinza entre o branco e o negro.... Se um dos dois se situa nos extremos, não há equilíbrio possível....

AG: Mas aí você fala como homem, como Alberto e não como Martha.... Pois nessas horas não há a ambigüidade feminina, elas pulam na paixão como um rato faminto por queijos e beijos... E lá vai a balança da Hirsch pois o amor engorda e a paixão emagrece....

MM: Pois é, aí eu já não sei responder.... Não sei, não sei....

AG: Eu sabia.... Sabia que vocês acham que sabem mas não sabem.... Por isso que todo grande-mestre de xadrez é homem.... O não saber é o que mais define o lado feminino e é o que é mais intrigante e extenuante.... Mas é meta-físico (perdão)... O côncavo é exposto mas não o convexo – que não tem nexo e define seu sexo - pois é buraco e ausência na sua forma de ser.....

MM: Mas a gente sabe sim Alberto, leia Leibniz... Ele vai da juris-prudência (ou falta de) até à linguística, sem acrescentar que quero dar-te mate, mas não cheque, pois somos do Sul....

AG: Caçapava tchê... Tu és a gaúcha, mas bá... Deu pra ti.... Tá bom.... Vou ver um filme do Woddy Allen, de cepa mais recente..... Um beijo....

 

Enfim.... Title Very Apropos...

(Portuga mais famoso do universo, tem outro? Nininina... Quem? King Sebastian? Saramago? Cunhal? Salazar? Manuel? Joaquim? No way... Galego number one, o gajo....)

Crítica/biografia

Santo Antônio ganha história erudita e clara

JOSÉ GERALDO COUTO

COLUNISTA DA FOLHA
Antônio, que nasceu em Lisboa por volta de 1189 e morreu em Pádua, na Itália, em 1231, é um dos santos mais populares do catolicismo, em especial nos países latinos. Retratado sempre com o Menino Jesus nos braços, e geralmente também com um livro (conotando sua ligação com os estudos) e um lírio (sua pureza), Antônio -que nasceu Fernando Martins de Bulhões- é invocado para questões de casamento e perda de objetos, entre outras aflições. Mas a fama de casamenteiro surgiu e se espalhou bem depois da morte do santo, como nos mostra o livro "Antônio - O Santo do Amor", de Fernando Nuno. Não se trata de uma hagiografia (biografia "autorizada" de santo, invariavelmente elogiosa e carola), mas de uma busca dos laços entre a vida desse personagem singular e a atribulada história de seu tempo. É quase uma história do cotidiano e das mentalidades na Europa do período, agitada pelas lutas contra os muçulmanos (na Reconquista ibérica e nas Cruzadas), pelo combate às florescentes heresias e pelas dissensões no seio da própria Igreja. Com uma notável erudição, mas ao mesmo tempo com discrição e clareza, o autor acompanha passo a passo a caminhada de Antônio por esse terreno movediço: a crise da adolescência, os primeiros tempos como agostiniano em Coimbra, a mudança para a então nascente ordem franciscana, a tentativa frustrada de se entregar ao martírio no norte da África, o encontro com Francisco de Assis, o combate à heresia cátara no sul da França, a fama como pregador itinerante no norte da Itália, os milagres. Durante a curta vida de Antônio, caem papas e imperadores, constroem-se catedrais, fundam-se universidades, mas sobretudo guerreia-se muito em nome da fé. A contrapelo da intolerância e da violência que dominam sua época, Antônio prega a paz e o entendimento. Em vez das armas, converte pela palavra e pelo exemplo. "Toda história é contemporânea", escreveu o filósofo Benedetto Croce, e esse livro não é exceção. Embora evite cuidadosamente o anacronismo, é evidente que o autor tem em mente os paralelos entre o mundo em que o santo viveu e o nosso, marcado igualmente pelas guerras pretensamente santas. Ao buscar compreender as inquietações de Antônio, com base em fontes muitas vezes comprometidas pelas distorções do mito ou pelas "razões de Estado" da Igreja, o autor elude habilmente o risco de psicanalisar extemporaneamente o santo. Ao tratar do extenso rol de prodígios atribuídos ao personagem, deixa em aberto a questão da sua veracidade, chamando a atenção para os conflitos entre diferentes relatos e versões. Mesmo não sendo obra de devoto, "Antônio" comunica uma profunda admiração por seu personagem, que teria conciliado o brilho intelectual e a humildade, a firmeza moral e a mansidão, a doação ao próximo e a alegria de viver. Como diz o autor no fecho de seu livro, "um homem como este Deus não fez duas vezes".

ANTÔNIO - O SANTO DO AMOR

Autor: Fernando Nuno Editora: Objetiva Quanto: R$ 38,90 (272 págs.)

Avaliação: ótimo

 

Jackie O Globo Num Quer... (Mission-es)

Marchemos, marchemos!

Já começam a se insurgir vozes de respeito contra a política de blitzkrieg total do governador Sérgio Cabral visando minar o poder dos mandatários do tráfico de drogas e suas operações no Complexo do Alemão. Estas podem se espalhar para outras comunidades carentes, onde prevalece esse tipo de atividade ilícita.
Mas antes de cairmos no lugar-comum de dizer que não se faz omeletes sem quebrar ovos, ou de chegar ao limite do que é suportável para os cidadãos inocentes, temos que usar um melhor exemplo para esse embate. Não devemos nos espelhar no que ocorre na Colômbia ou até na maior favela em Porto Príncipe, no Haiti, a Cité de Soleil, agora aparentemente “dominada” por tropas da ONU com o contingente brasileiro adiante. As lições para o governador devem ser tiradas da veneranda Revolução Francesa.

Quando Edmund Burke disse, a propósito da supra-citada que as massas estavam se revoltando e eram revoltantes com um brilhante trocadilho (“the masses are revolting”), não se podia prever o que seria o vácuo criado pela falta de estado, ainda que na França tivéssemos uma execrável monarquia absolutista onde os cidadãos mal tinham direitos. Marx, tão admirado pelo pessoal hoje em dia no andar de cima aqui, foi o primeiro a observar – correta e ironicamente - que se tratava da primeira revolução burguesa. Isso é que é ascensão social. Assim como ocorre com os delinqüentes aqui, que já estão municiados de um arsenal sofisticado, e, muitos dos donatários, com um contigente material de dar inveja a políticos, que pelo sim ou não ou se associam a eles veladamente ou se calam. Líderes estes que têm o poder eclesiástico de por a população de joelhos quando querem, e dão voltas inclusive no judiciário corrompendo toda a máquina estatutária e legalmente concebida com propina e corrupção ativa. Ou seja, Cabral está lutando contra os girondinos e jacobinos, e não se sabe quem vai “ganhar” o embate. Parece-me que já cruzamos o rubicão e limiar entre uma Era do Medo e Era do Terror. Pois então são todos jacobinos. Cabe lembrar que em guerra civil não se aplica a Convencão de Genebra. E obviamente teremos Rambos, figuras míticas e muitos “Massarandubas” altruístas ao fim de um embate diário, regozijando-se do fato de que o dia no batente foi produtivo entre baforadas de charuto. Um outro adepto da prática tabagista e também tido como herói pelos que lutaram com armas aqui contra a ditadura, teria algo a dizer sobre isso. Podemos citar então Che Guevara sem medo de que a ordem dos fatores altere o produto, dizendo que nunca, nunca devemos perder a ternura, mas que “hay que endurecerse”.

Como parte dos que estão no poder não são afeitos à leitura, desde que a primeira produção sobre o tema da revolução francesa foi filmada em película, com o Assasinat du Marat dos Irmãos Lumiére em 1897, mais de 300 obras foram criadas a partir do tema. Em alguns, personagens fictícios entraram para o (in)consciente coletivo como Scaramouche. Não falta material para aprender e se divertir no processo. Portanto, não fazer absolutamente nada com a situação das favelas é como esperar pela Noite de Varennes, onde o mandatário supremo terá que sair correndo de charrete ou jatinho, dado que os jacobinos do mal empunharão seus fuzis para o alto dando salvos (não condutos) ao firmamento acima....

Muitas vezes, até em política externa, podemos cair numa confusão ideológica que não reflete bem os problemas que temos internamente. Jorge Castañeda, ex-chanceler mexicano durante o conservador governo de Vicente Fox, com um passado ideológico e trajetória parecida com a de FHC, nos lembra que o México sempre teve posições tidas como “corretas” em relação à região. Se opuseram à derrocada de Jacobo Arbenz na Guatemala em 1954, não romperam relações diplomáticas com Cuba, foram contra o golpe de Pinochet no Chile, apoiaram os sandinistas na Nicarágua e a FMLN em El Salvador... Isso com o gigante americano logo ali do lado bufando no seu cangote e com um regime interno unipartidário absolutamente questionável em termos do que era democracia e liberdade. Portanto, podemos ter – e é o caso do Brasil - uma voz na política externa que não esteja em sintonia com a política interna; o que não deixa de ser praxe em vários países. Isso dado que o governador Cabral é aliado político do governo federal.

Voltando a Marx, observamos paralelos que são muito similares. Diz ele que em certa hora não se sabia quem incendiava as edificações, referindo-se à Revolução Francesa. Se eram os atacantes ou defensores, conceito até – dentro do contexto atual – um tanto que até dispensável. Portanto, no que toca a política programática para se eliminar o poder paralelo não é hora de vacilar – na acepção carioca da palavra. Claro que a fonte dos problemas, como exclusão social e decorrente falta de estrutura e vácuo de poder instituido, devem ser debatidos no âmbito ideológico dentro do legislativo. E ações devem ser executadas pelo Executivo. Alguns defenderão ações exclusivas do estado, outros parcerias e outros até cortes de tributos e legalização das drogas para organizarmos o caos. Mas agora o juiz já apitou, deu-se início à peleja e é jogo de Copa do Mundo. Todo mundo está vestindo a verde e amarela e só nos interessa a vitória e o caneco. Já que as metáforas ludopédicas são as melhores compreendidas por nosso líder, não nos esqueçamos que a França e Zidane foram nossos carrascos nas duas últimas Copas onde não trouxemos a taça para casa. Muita gente do atual governo já lidou com outros tipos de carrascos em outras situações. Que aprendam a lição....

 

Tite

(Fragmentos de Tite de Lemos, botafoguense, já que existe um certo zunzum de reviver os setenta; como todos os seres humanos ou não, conseguiu momentos de perspicácia e beleza naquilo que fez, entre uma fézinha num cavalo ou noutro... Em voga temos o rigor métrico, das emoções, da costurada final, da editada sem fim... Rigor mortis.... Mas adoro a ordem sim.... Certas vezes o esguicho já vem correto, apropriado, intenso e perfeito..... E só naqueles momentos é que seguramos a mão de Deus... Ele decide quando, mas temos que estar abertos à graça.... Dedico todos à musa e unzinho ali à amazona; curiosamente chama-se Fortuna....)


Seus olhos índios
Toda insurgente flor será bem-vinda
Ali ou em nenhuma parte estarão as fronteiras
Dos trêmulos cosmos
Nós pensamos diverso mas somos o mesmo



Esboça um caçador a sua caça
A cores sobre os muros de uma gruta.
No exterior a nuvem chumbo passa
Mãe grávida do seu rebento, a Bruta
Chuva, presságio de celestes raivas
Das estações nascendo sem cessar.
O escuro firmamento faiscava.
Criaturas aéreas bebem ar
Que um criador lhes serve qual champanhe
Nos profundos copinhos. Não me estranhe,
Disse-me face a face a onça pintada
Nas minhas quatro ou mais interiores
Paredes. Eu apenas sou seu lado
Do avesso a te seguir aonde fores...


Um último poema é uma fragata
Avizinhando-se do cais do porto
Uma canção que nos consola e mata
Alegremente o coração já morto
Lembra-me gypsies, margaridas; chuvas
Ressurreições. A brisa bruxa acorda
As donzelas princesas e as viúvas
Senhoras dos seus mestres e corpos
Os adeuses têm gosto de suspiros
São doces brevidades souvenirs
Ursinhos de pelúcia de esquecimentos.
Quando nos visitar a inconhecida
Visitante estaremos longe, ausentes
E ao mesmo tempo sempre, sempre, aqui.


FORTUNA


Tão alto é o muro e a casa tão celeste
Nem sei se os olhos meu desvela ou veste
Querer-te quando chega amazona
Ó fortuna mortal e doce peste
Dizimadora transfiguração
Fulgores incas tangos sustos sonos
Ou se algum repentino despertar
- nada que alguém pudesse decifrar
uma vez mais um horizonte azul
inalcançável nos convida a ser
o amigo do mais doido marinheiro
no rastro do teu rastro fugitivo
te sitiar enfim meu unicórnio
no mais leve verão queda de neves

Friday, July 20, 2007

 

Achados e Perdidos

No se recupera.... O post que a pedido popular de uma leitora falava de uma carta/mail que achei que tinha ido pro brejo e nela havia coisas do arco da velha e foi como tiramba de escopeta no maldito coeur. Achei um exemplar da mesma impressa, rasgada ao meio, mas que pode ser elucidativa pracas... Foi a mistura da carta e outra leitura de outra fonte. No consigo escribir con lo mismo panache e estou entre espanhol, portuga e o que seja pra driblar os acentos orto-graficos (hmmmmm perdi e ja - ai de novo - tinha perdido)... Tensione e flexione o verbo como quiser.... A no ser que como temos hoje em dia servicios - sim, sim acento - de delivery, podemos ter de recovery....

Tuesday, July 17, 2007

 

Ted Hughes (Plath)

Lovesong

He loved her and she loved him.
His kisses sucked out her whole past and future or tried to
He had no other appetite
She bit him she gnawed him she sucked
She wanted him complete inside her
Safe and sure forever and ever
Their little cries fluttered into the curtains
Her eyes wanted nothing to get away
Her looks nailed down his hands his wrists his elbows
He gripped her hard so that life
Should not drag her from that moment
He wanted all future to cease
He wanted to topple with his arms round her
Off that moment's brink and into nothing
Or everlasting or whatever there was
Her embrace was an immense press
To print him into her bones
His smiles were the garrets of a fairy palace
Where the real world would never come
Her smiles were spider bites
So he would lie still till she felt hungry
His words were occupying armies
Her laughs were an assassin's attempts
His looks were bullets daggers of revenge
His glances were ghosts in the corner with horrible secrets
His whispers were whips and jackboots
Her kisses were lawyers steadily writing
His caresses were the last hooks of a castaway
Her love-tricks were the grinding of locks
And their deep cries crawled over the floors
Like an animal dragging a great trap
His promises were the surgeon's gag
Her promises took the top off his skull
She would get a brooch made of it
His vows pulled out all her sinews
He showed her how to make a love-knot
Her vows put his eyes in formalin
At the back of her secret drawer
Their screams stuck in the wall
Their heads fell apart into sleep like the two halves
Of a lopped melon, but love is hard to stop
In their entwined sleep they exchanged arms and legs
In their dreams their brains took each other hostage
In the morning they wore each other's face.....

 

Poe variations

Dreams

Oh! that my young life were a lasting dream!
My spirit not awakening, till the beam
Of an Eternity should bring the morrow.
Yes! tho' that long dream were of hopeless sorrow,
'Twere better than the cold reality
Of waking life, to him whose heart must be,
And hath been still, upon the lovely earth,
A chaos of deep passion, from his birth.
But should it be- that dream eternally
Continuing- as dreams have been to me
In my young boyhood- should it thus be given,
'Twere folly still to hope for higher Heaven.
For I have revell'd, when the sun was bright
I' the summer sky, in dreams of living light
And loveliness,- have left my very heart
In climes of my imagining, apart
From mine own home, with beings that have been
Of mine own thought- what more could I have seen?
'Twas once- and only once- and the wild hour
From my remembrance shall not pass- some power
Or spell had bound me- 'twas the chilly wind
Came o'er me in the night, and left behind
Its image on my spirit- or the moon
Shone on my slumbers in her lofty noon
Too coldly- or the stars- howe'er it was
That dream was as that night-wind- let it pass.
I have been happy, tho' in a dream.
I have been happy- and I love the theme:
Dreams! in their vivid coloring of life,
As in that fleeting, shadowy, misty strife
Of semblance with reality, which brings
To the delirious eye, more lovely things
Of Paradise and Love- and all our own!
Than young Hope in his sunniest hour hath known.

 

E.A. Poe (Cheers my B-More, my Rich-Mondo)

A Valentine

For her this rhyme is penned, whose luminous eyes,
Brightly expressive as the twins of Leda,
Shall find her own sweet name, that nestling lies
Upon the page, enwrapped from every reader.
Search narrowly the lines!- they hold a treasure
Divine- a talisman- an amulet
That must be worn at heart. Search well the measure-
The words- the syllables! Do not forget
The trivialest point, or you may lose your labor
And yet there is in this no Gordian knot
Which one might not undo without a sabre,
If one could merely comprehend the plot.
Enwritten upon the leaf where now are peering
Eyes scintillating soul, there lie perdus
Three eloquent words oft uttered in the hearing
Of poets, by poets- as the name is a poet's, too,
Its letters, although naturally lying
Like the knight Pinto- Mendez Ferdinando-
Still form a synonym for Truth- Cease trying!
You will not read the riddle, though you do the best you can do.

Monday, July 16, 2007

 

Corta-o-Azar

Poema

de Último round

Te amo por cejas, por cabello, te debato en corredores blanquísimos
donde se juegan las fuentes de la luz,
Te discuto a cada nombre, te arranco con delicadeza de cicatriz, voy poniéndote en el pelo cenizas de relámpago y cintas que
dormían en la lluvia.
No quiero que tengas una forma, que seas precisamente lo que
viene detrás de tu mano, porque el agua, considera el agua, y los leones cuando se disuelven
en el azúcar de la fábula, y los gestos, esa arquitectura de la nada, encendiendo sus lámparas a mitad del encuentro. Toda mañana es la pizarra donde te invento y te dibujo. pronto a borrarte, así no eres, ni tampoco con ese pelo lacio, esa sonrisa.
Busco tu suma, el borde de la copa donde el vino es también la luna y el espejo, busco esa línea que hace temblar a un hombre en una galería de museo.

Además te quiero, y hace tiempo y frío.

 

More Augustine

Great is the power of memory. It is a true marvel, O my God, a profound and infinite multiplicity! And this is the mind, and this I myself am. What, then, am I, O my God? Of what nature am I? A life various, and manifold, and exceedingly vast. Behold in the numberless halls and caves, in the innumerable fields and dens and caverns of my memory, full without measure of numberless kinds of things--present there either through images as all bodies are; or present in the things themselves as are our thoughts; or by some notion or observation as our emotions are, which the memory retains even though the mind feels them no longer, as long as whatever is in the memory is also in the mind--through all these I run and fly to and fro. I penetrate into them on this side and that as far as I can and yet there is nowhere any end.

So great is the power of memory, so great the power of life in man whose life is mortal! What, then, shall I do, O thou my true life, my God? I will pass even beyond this power of mine that is called memory--I will pass beyond it, that I may come to thee, O lovely Light. And what art thou saying to me? See, I soar by my mind toward thee, who remainest above me. I will also pass beyond this power of mine that is called memory, desiring to reach thee where thou canst be reached, and wishing to cleave to thee where it is possible to cleave to thee.

For even beasts and birds possess memory, or else they could never find their lairs and nests again, nor display many other things they know and do by habit. Indeed, they could not even form their habits except by their memories. I will therefore pass even beyond memory that I may reach Him who has differentiated me from the four-footed beasts and the fowls of the air by making me a wiser creature. Thus I will pass beyond memory; but where shall I find thee, who art the true Good and the steadfast Sweetness? But where shall I find thee? If I find thee without memory, then I shall have no memory of thee; and how could I find thee at all, if I do not remember thee?

Tuesday, July 10, 2007

 

St. Augustine

(Thus one can see why his works are one of the foundations of western philosophy, regardless if they are for the faithful or the empiricists. This passage is absolutely sublime and superb, and it is the foundation of the nature of reality, discussed by dozens after him....)

O Truth, Truth, how inwardly even then did the marrow of my soul sigh for thee when, frequently and in manifold ways, in numerous and vast books, [the Manicheans] sounded out thy name though it was only a sound! And in these dishes--while I starved for thee--they served up to me, in thy stead, the sun and moon thy beauteous works--but still only thy works and not thyself; indeed, not even thy first work. For thy spiritual works came before these material creations, celestial and shining though they are. But I was hungering and thirsting, not even after those first works of thine, but after thyself the Truth, "with whom is no variableness, neither shadow of turning." Yet they still served me glowing fantasies in those dishes. And, truly, it would have been better to have loved this very sun--which at least is true to our sight--than those illusions of theirs which deceive the mind through the eye. And yet because I supposed the illusions to be from thee I fed on them--not with avidity, for thou didst not taste in my mouth as thou art, and thou wast not these empty fictions. Neither was I nourished by them, but was instead exhausted. Food in dreams appears like our food awake; yet the sleepers are not nourished by it, for they are asleep. But the fantasies of the Manicheans were not in any way like thee as thou hast spoken to me now. They were simply fantastic and false. In comparison to them the actual bodies which we see with our fleshly sight, both celestial and terrestrial, are far more certain. These true bodies even the beasts and birds perceive as well as we do and they are more certain than the images we form about them. And again, we do with more certainty form our conceptions about them than, from them, we go on by means of them to imagine of other greater and infinite bodies which have no existence. With such empty husks was I then fed, and yet was not fed.

Monday, July 02, 2007

 

Resposta ao grande MPL... Mind the Porra Louca....

Que é isso companheiro? Ando só como um curió.... Como disse, sou adepto do não-dogmatismo agora. Surpeende tanto como ver-te numa satsanga há anos... Eu tenho direito a satsangas.... Não gosto de jogar todas as fichas em uma coisa, nem como investidor no material, nem no espiritual e aí é Deus ou a espiritualidade em cada um.... Gosto das fichas numa só. No afetivo e emocional... A única coisa que com muita humildade venho aprendendo é que o mais difícil de trabalhar, e isso tá na cara de todos os seres humanos, não é nem o material nem o espiritual. O grande dilema é trabalhar a ponte entre esses conceitos que é o emocional. E aí sim, nisso aposto todas as fichas.... Numa regência una. E até nisso podemos não ser correspondidos, mas foda-se, do contrário ficamos ali remoendo aquela mesma jabuticaba indigesta.... O emocional é que é barra pesada, ele é que nos faz questionar desapegos materiais e apegos espirituais.... E vice-versa ao contrário...

Portanto eu continuo como um girino mesmo tateando esse mundo doido. Ou somos engolidos, ou crescemos, ou perdemos membros no meio do caminho.... Membros como em tronco e coisas assim.... Mas dou valor ao descuido freudiano... Reconheço que estou recentemente levado a vivenciar e ver mil experiências diferentes, mas só escolhendo as que engrandecem e enobrecem a alma. Na solidão absoluta. Papo bobo não? NA TOTAL VERDADE!!!! Toda a cadeia de relacionamento, com o porteiro, encanador e serralheiro tem que ser compacta, unificada e perto da perfeição. O resto gera interferência mental da consciência que gera desequilíbrio.... Auto-ilusao gianettiana e auto-destruição, tenho tido que dar meia-trava senão não sobra percepcão ou dialética, temos aí apenas o escuro e a morte, onde não há racíocinio nem sentimentos, é a parestesia eterna.... Mas realmente a minha luta é pra não ser dono da banca, dono da praça, dono de nada, passamos passageiros, esquecemos o que foi e lutamos com emoção - aí sim ela entra - no vislumbrar de um novo limiar de possibilidades.... E essa opção pode não gerar nem um selinho ou abraço.... Podemos dar com o desprezo alheio... Se o ser humano não sabe viver com isso, melhor “kurtcobainizar”.... Portanto é isso. O ego massacra mesmo, mas se você ver o melhor exemplo nesse mundo aí novo de Editora Sextante, de “feel good” e auto-ajuda (N.T. punheta - que aliás não pratico mais mesmo, melhor ficar com a energia no chacra), é o legado. Santo Agostinho é o melhor exemplo, foi garoto da fuzarca à la Ivan Lessa, mas ninguém fala disso, só fala do legado agostiniano e profundo meio Thomas More... Aliás muito mais que Thomas More, porra que bobagem o que falei...

Enfim, aí é isso, “right the wrongs, write the wrongs... sing the songs...” Mas adiante, adiante sempre, quando se vê o beco sem saída, é bom dar a marcha-a-ré (por isso não paro de ser contraditório) e tomar novo rumo e prumo... E olha que o novo rumo pode nem dar num beco, pode dar num penhasco sem “guard-rail”, mas a tentativa é por aí.... Ou pode dar na “yellow brick road”.... O lance é não parar de dirigir.... O lance de um pouco mais de desapego e serviço é começar a sentir o amor ao ver que temos que servir e jamais deixar de servir e amar a quem fizemos sofrer... Não fazer fazendo muito.... Fazendo e fazendo muito.... O resto fica ao lado da estrada. Você vai servir e tudo, mas não espere nada, pode até esperar cuspe na cara e desdém, mas permaneça firme no propósito e verá que ELES ficarão felizes com sua conduta. E ao realizar isso, AINDA ASSIM evite dar tapinha nas próprias costas achando que atingiu o objetivo. Pois não estaremos vivos nesse plano para ver o final dessa partida de futebol. Nós só jogamos, somos substituídos e estamos longe do estádio pra saber qual vai ser o resultado final.... Nada mais que isso.... Tudo incerto, e por vezes tiramos força das fraquezas, elas levam "adiante" e certas vezes é ao contrário, temos toda essa fortaleza que nos leva a gestos fracos, gestos ilusórios, gestos açodados, gestos covardes.... O importante é se encher de conhecimento e ficar muito ciente – ainda assim - de que esse conceito não tem absolutamente nada que ver com sabedoria.... E isso aí é um resumo da minha ignorância total em relação ao todo de tudo.... Sabedoria/conhecimento.... Dos quais sou raso nos dois, a não ser que mencionar autores, saber o que querem dizer e suas teorias sejam de valia... Ou pelo menos posso fazer um mini-encômio sobre isso falando sobre o que acho a respeito com humildade.... Mas será? Se não proporciona paz, melhor não saber sobre nada que pode ser terrivelmente marcante..... Mas sim saber do básico, que a testa do Redentor aponta pro Leste e que quando bate o Sudoeste vem chuva e ventania na certa.... Ficar ciente da natureza ao redor, latu sensu....

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Free Web Site Counter
Free Counter