Friday, September 14, 2007

 

Leiam....


Me Lembrei de Turgenev e folheei o “The Essential Turgenev” numa edição de 1994 da Elizabeth Allen e vi a genialidade, influência de Gogol e aquele lado dele de chutar o balde e mandar a Rússia à puta que a pariu, o que fez depois. Algo que um amigo meu escritor faz com frequência em relação ao seu país natal e que ainda vislumbra como quimera final. Na parte da percepção da “entidade” Rússia, não sei se (h)ouve igual. Percepções sui generis. Me lembra de livros seminais de grandes artistas sobre seus países, na tentativa de descrever e entender no processo as idiossincrasias e que tais. Como por exemplo “El Laberinto de la Soledad” de Octavio Paz, fundamental para a compreensão do México. (As descrições das expressões e suas variantes na América Hispana, como o “chingado”, são inigualáveis.) São obras menos histórico-sociológicas como Raízes do Brasil; nelas os ensaios são mais artísticos e menos cientificistas. Vargas Llosa o fez de certa forma em relação ao Peru mas depois meteu a mão “paulobettiana” na política... O que não chegou a comprometer a qualidade do seu pensamento e técnica literária. Turgenev fazia isso em diferentes estilos, na prosa longa, verso e ensaio. Mas era russo na alma e medula. Não como certos escritores de diásporas posteriores.... Principalmente os americanos, Henry James (anteriormente), Gertrude Stein, Hemingway e Gore Vidal, onde o já ralo sangue novo-mundista se perdeu no delta e estuário da pré-globalização; naquele tempo era somente a “internacionalização”. Do indivíduo apenas..... Mas voltando a Turgenev, fez até uma mini-micro “summa teologica” que é absolutamente sensacional, russa, ortodoxa mesmo no sarcasmo, em Fathers and Sons: “Todo mundo reza por um milagre. Então toda as orações se resumem a isto: Oh Deus! Permita que duas vezes dois não seja quatro.” Fim de papo.

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