Sunday, October 21, 2007

 

The Good...The Bad...and The Ugly...




Como vemos na epígrafe do Tropa de Elite, a situação é mais importante do que o caráter ao determinar as ações de um indivíduo. Notícias recentes indicam que Rudolf Nureyev, Günther Grass e Che Guevara, para me ater apenas a três “celebridades”, tinham certas “lacunas” - por assim dizer - em suas respectivas biografias e trajetórias. Isso é comum, pois em não se tratando de hagiografia, as pessoas vão fazer o que Victor Farias, o chileno, fez com Heidegger. Trazendo à baila o fardo nazista, gora logo o leite. Não importa o brilhantismo. Só mesmo Daniel Barenboim para tocar Wagner em Jerusalém e ainda por cima saiu chamuscado. O mesmo ocorreu com Grass, no caso com uma auto-revelação tardia de participação “voluntária” na SS, e de levar o segredo por toda a vida e em todos os cantos. Mormente com a reviravolta ideológica que deu-se em sua cabeça, pois Grass posteriormente cultuava Willy Brandt e estava longe de parecer um carnívoro. Coisas teutônicas.... Ernesto Guevara Lynch já tinha essa pitada e cadinho irlandês no sangue, e ainda por cima calhou de vir ao mundo e encarnar-se para além das províncias austrais e cisplatinas, lá embaixo onde no imaginário popular acredita-se que o povo é caracterizado pela arrogância e soberba. Esses dois ingredientes somados à idéia da “revolução permanente” e metida de bedelho no que é alheio, levam a crer que o médico obviamente tinha seu lado de monstro. Situação ou caráter? O caráter é estático ou a situação pode encontrar-se também numa constante? O que vem a ser o mesmo....? E por fim, Nureyev, o grande, parece que não era flor que se cheirasse, abusava de alunos e tinha um sadismo especial em relação às mulheres. Em se tratando de bailarino, Freud explica sim... Mas essas tintas gastas e árvores abatidas para exibir textos onde a canaille humana se expõe de forma mais visceral é uma grande perda de tempo. Idealizamos figuras que viram verdadeiros avatares de divindades superiores. Mas das grandes três religiões monoteístas devemos nos lembrar que o cristianismo é a única que estabelece um vínculo direto entre o Absoluto e a figura humana do se-mítico homem nazareno. E ainda assim o Absoluto encarnado andou cometendo seus erros, perdeu a cabeça em algumas situações, se aborrecia com a falta de rapidez dos alunos no aprendizado, caiu na lábia do DEM, enfim... Como era o Absoluto encarnado, vai ver que essas condutas específicas eram necessárias para mostrar o outro lado da moeda, da redenção, da epifania, de fazer e escolher o errado, para depois acertar o rumo e prumo da embarcação. Senão não teríamos norte. Livre arbítrio mas sabendo que o dedo no fogo queima e dói. Ainda assim alguns são incorrigíveis. Por isso vivemos no universo. Onde não podemos descontar a possibilidade que muitas vezes o caráter do indivíduo é o que na verdade determina a forma, cheiro, gosto e rumo de uma situação e não o contrário. Mas em geral escolhemos a “univisão” e não “onivisão” pois a primeira é menos dolorosa....



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