Monday, January 14, 2008

 

Eduardo Uchôa

Temos dificuldades de falar sobre coisas que a sociedade julga diferente, como pedra no sapato. Como fazer cara de paisagem. Eduardo é a segunda encarnação do Barão de Mauá. O verbo está e permanecerá no presente. Eu não o via há muito tempo. Ele conseguiu uma Kombi de adolescente. De repente tinha uma Transtudo, nome dado por seu irmão. Infelizmente Eduardo adoeceu. Adoecendo não se comunica e não se move como uma grande maioria de nós. Mas vive, e muito. Eu estive com ele. E fiquei emocionado com um sorriso mais limpo, puro e sincero que já vi em muitos anos. Que ninguém seja cientista ou neurólogo de araque pra saber o que se passa na cabeça de qualquer pessoa. Com feeling mediúnico, digo que a dele está a mil. Mormente isso vale para uma pessoa que não verbaliza, mas se comunica, ou se comunica com dificuldades. A distinção aqui é chave. Mas o seu sorriso e sua mão calorosa foram muito mais importantes que muitos gestos de amor que tive há muito tempo. Depois disso, mochilas, empreendedor, era o cara que podia pagar a Sangria de todos. Um esculacho capitalista na terra de nhô-nhô. Todos pensando de forma gauche e ele simplesmente fazendo e criando, gerando riqueza. Inacreditável nesses tenros anos, nossa falta de capacidade de reflexão, logo quando gastávamos o tempo, pretensamente refletindo marximilianamente. Que babacas que éramos. Ele mora em Ipanema, e é privilegiado, feliz, por vezes não, passeia numa vista deslumbrante. Tem uma família onde o amor é a tônica sem gin, por vezes com. E faz diferença e não falta. O seu sorriso desajeitado, emoldurado pelas madeixas pontualmente castanhas e sem máculas, tocaram pelo menos um ser humano. Como não sou testemunha ocular de seu dia a dia, diria que é como todos nós. Apenas mudou de ocupação e traz alegria, muita alegria, muita reflexão para quem dela precisa. Ele o maior comilão dos churrascos da Tia Olga em Teresópolis com Maguilas e todos. Somente um breviário leve para saudar uma alma e tanto, uma vida e tanto. Um sorriso e um aperto de mão enorme, logo eu escandinavo fujão de afagos, talvez fruto da desconfiança e exílio interno e externo. Fica meu beijo e amor.... Ali na hora eu sabia e o mais importante, ele sabia muito mais que eu. O ouvido está sem cera, ele escuta... Ele vive....

Comments:
Ele deu a sorte de ser um Uchôa, onde o amor, a solidariedade, é o mote familiar. Nando é superaconchegante. É pai, mãe, amigo, carinho.
Deus guarde bem esses queridos.
Deus o guarde também, autor de textos suaves e gentis com as pessoas e polêmicos quando o assunto é política e economia.
 
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