Thursday, January 24, 2008

 

Esse tal de....

Por uma compreensão mais completa....

Muito me abala ler em todos os lugares, ouvir em conversas, pelas ondas dos rádios, ver na TV, observar - sendo insinuado em filmes ou no teatro, sobre essa suposta visão generalizada ou que as mulheres têm dos homens,ou vice-versa. Principalmente na parte afetiva. Abusam de estereótipos e epítetos, não vendo que em todos nós, homens e mulheres há uma dualidade absoluta, até na parte hormonal. Somos todos muito fortes, se observarmos várias coisas que conseguimos na vida. Somos também frouxos várias vezes. Todos. Inclusive os que vociferam vitupérios e caem na zombaria. Não compreender a dinâmica dos dilemas, tanto por parte de homens e mulheres, não cabe numa análise. Homem é bobo, gosta de futebol, é acomodado, não é reflexivo, não é complexo, não pensa, pisoteia nos outros - com ou sem remorso. E quando têm remorso ou algum sentimento, são os da pior espécie, pois são emotivos e chorões. Mulher é tudo igual, pressiona, quer o que quer e quando não conseguem, utilizam-se de armas desesperadas.... São visões muito rasteiras. Mesmo no desespero ou na bobagem, devemos sempre compreender a dimensão de humanidade e do que é incompleto em todos nós. Almejamos não o que é melhor e sim o que é suportável. Muitos nos decepcionam. Homens e mulheres. Muitas vezes a indiferença machuca, o silêncio atordoa mais que gritos, o cafuné dói muito mais que a porrada, o soco no focinho... O que um quer receber num momento não é o que o outro pode dar, e por aí vai. Mas quando uma situação é observada descontextualizada, ela perde todo o seu valor. Disse o analista, não eu, que a afirmação surrada das mulheres de que "os homens não prestam", conclui ele, "só serve para [a mulher] se acomodar na situação e justificar seu fracasso consigo mesma...." Todos sofreram ou sofrem por motivos afetivos, e às vezes ocorre até homicídio doloso, erram e fazem coisas impensadas. E aí acreditam no sentimento e marcham adiante como generais numa batalha estratégica tentando alcançar o objetivo usando as armas e táticas à mão. Há pessoas que conheço, de ambos os sexos, de caráter absolutamente idôneo, sem distúrbios de caráter nervoso ou mental algum, que já fizeram o que - algumas outras pessoas - poderiam considerar uma total barbaridade. Há outros que pecam apenas pela indecisão, por estarem divididos ou por pesarem prós e contras na balança da vida. Nada disso é justificativa, concordaria com o contra-argumento. Tampouco seria justificativa dizer que são todos uns escrotos e trastes (mais uma vez isso valendo para um homem observando uma mulher e vice-versa), sem a menor sutileza e com pitadas de absolutismo de dar inveja a Pol Pot. Muitas vezes se confundem algozes com acólitos, mas ouso acreditar que não há comodidade nem no se acomodar. Todos os seres ao redor nos decepcionam pelo menos uma vez na vida, ou várias. E tampouco estamos imunes a decepcionar todos eles uma vez ou outra. Isso leva um grande amigo meu a não ter a menor fé na humanidade. Eu falo com humildade pois, como todos os seres humanos, tem hora que fico frustrado com certas situações. A ponto de me fazer males horríveis com esses mesmos pensamentos que condeno. Mas não os externo pois não acho que seja uma apreciação correta - isenta de questionamentos - de certas situações. Isso tampouco quer dizer que se deva aceitar relações abusivas com torturas físicas ou emocionais. Os que as suportam merecem consideração, carinho e compreensão, não reprimenda. Com o coração fechado fica difícil sair das trevas para tentar ser por um segundo mais feliz. Assim como o analista, também repreenderia os homens que dizem que "toda a mulher é (aqui cada um completa o que achar, chata, carente, infantil - digo isso sem revelar pré-julgamentos pessoais - etc.. etc...)" A complexidade feminina é o que há de mais belo; o choro, a lágrima. É mais bela e complexa, o sentimento mais aguçado, a percepção, o amparo e carinho mais forte. A dor é expressa com fúrias shakespereanas, assim como o amor. Mas a ternura e entrega do homem apaixonado também é sincera, posto que rezam todas as lendas rasteiras que homem é forte, não chora, não ama, não sente. O homem agoniza e é racional. Um constante embate. E... a mulher também.... De minhas experiências, já vi muita coisa; a carência leva homens e mulheres a atitudes às vezes impensadas e a atitudes muito bem pensadas. Tem gente que chora de barriga cheia pois o coração está vazio e vice-versa. Nenhuma verdade é absoluta e universal. Seria uma impossibilidade filosófica. Quem quer viver no mundo da verdade verdadeira mesmo (este nosso em queTODOS omitimos fatos, exageramos, minimizamos, amamos, trocamos insultos, desprezos e atenções por vezes desnecessárias) utiliza-se da auto-ilusão apenas para poder sobreviver como artifício. Puro Wittgenstein. Essa verdade é um fato, uma versão, então ela comporta em si o que outra pessoa pode achar como um fato diferente e caímos na esparrela da verdade versus a mentira, palavras que deviam ser abolidas do léxico humano. Trocaria verdade e mentira, conceitos infanto-juvenis, por realidade e irrealidade. Ou seja todos vivemos na verdade. A nossa realidade é a nossa verdade. Paramos de enganar os outros para nos enganar. A auto-ilusão (vide Giannetti) é o maior artifício usado por todas as espécies para sobreviver, inclusive no que concerne escolhas morais. Não se discute sentimento, ele existe e podemos bancá-lo ou a realidade nos desbanca e nos põe de quatro - latu sensu. Eis a tensão entre o platônico e o atônito... Aí as pessoas se exaurem até fisicamente. Mas não quer dizer que sentimentos morram; pelo contrário, na reflexão eivada de cuidado, ao observarmos um ser que amamos, os sentimentos, sem que seja dito, podem estar até aumentando diariamente, nos sufocando e podemos estar desejando o de melhor à nossa revelia. Isso seria uma entrega, o que chamam de amor verdadeiro, pois é sair da frente pois o outro quer passar... Falando o fino da bossa sobre tal pessoa e coisa e tal para todos. Esse é o caminho da elegância que tanto se espera, que é tão preconizada como algo que deveria passar do plano ideal para o plano real. Esperamos sempre pelo final feliz e, quando antevemos esse final feliz, ele sempre é projetado com os dados(sujeito e objeto) que temos em mãos, com os sentimentos que sentimos no aqui e no agora, não num plano idealizado onde nem sabemos como é o rosto da pessoa que poderá aparecer no nosso caminho.

OUTRA COISA

Está aventado em blogs de domínio público sobre o caso de homens ou rapazes que se interessaram por outra pessoa (moça ou mulher no caso), talvez apenas no plano físico, não levando em consideração que a outra pessoa pode ter sentimentos um pouco além destes. Casos de egoísmo emocional, assim chamado. Realmente é uma situação muito delicada onde deve-se no caso respeitar, através do diálogo e abertura as expectativas e o que se deseja do relacionamento. A moça, ou mulher, ou homem, digo eu, sentir-se-ia como um objeto e não sujeito, sendo utilizada(o) apenas como um receptáculo/marionete, ou algo tão vil e baixo que o valha. Realmente uma torpeza, caso o homem/mulher dissesse isso de cara. O que, para qualquer pessoa com mínimo de amor próprio e orgulho, já seria um corta onda gigantesco. E fica a pergunta para os mal-intencionados; se fosse a mãe, filha ou qualquer pessoa do sexo feminino que signifique algo de muito importante na vida do rapaz? Acho que as ponderações são válidas e devem ser feitas. Mas acho também que, apenas para complementar a tese levantada, ela se aplica a ambos os lados.... Há mulheres que talvez na noite de embriaguez desejem apenas isso. Ou não. Ou mesmo nos dias de lucidez, algo leve, prazeroso, descompromissado. No qual a pessoa do sexo masculino possa criar uma expectativa em sua cabeça que não seja correspondida. Uma situação em que a própria mulher, não importando atributos físicos, morais, espirituais ou intelectuais, não queira uma maior aproximação com o homem. Isso se aplica, no mundo real, a homens e mulheres... A pergunta levantada, e se fosse filha ou mãe, fica capenga no contexto da sociedade ocidental, onde muitos, nem todos obviamente, se orgulham do filho gorgota. Tenho ciência de pessoas já curradas; então o tópico que gira em torno do respeito que devemos ter com a pessoa do outro sexo é algo que nos toca muito fundo. Falo abertamente de coisas que podem ter sido tabu há antanhos, como pessoas se revelarem soropositivo ou o que valha, onde se escondia em quarentena a própria questão debatida. No fundo os relacionamentos vão se transformando; o que começou com atração física pode descambar para uma expectativa metafísica maior. Há casos em que as palavras e atração platônica e metafísica levam a uma grata surpresa de comunicação carnal que as vezes não se esperava - e de vários outros complementos não verbais, simplesmente de passar tempo junto e realizar atividades que muito somam a um amor profundo. Ou a uma paixão e amor avassaladores. Mas esbarra-se em várias impossibilidades de cunho pessoal, no que está dentro de um ou de outro, homem e mulher, limitações emocionais etc... No caso feminino, muitas vezes, é até doloroso, pois a pergunta e se fosse seu pai, poderia suscitar questões até de abuso sexual... Portanto o tema é complexo, mas também de simples diagnóstico: ou seja, de expectativas diferenciadas, que não são de domínio exclusivo de um sexo ou do outro. E no caso a questão de despreparo, seja emocional, de sensibilidade ou intelectual para racionalizar certas situações, não são coisas exclusivas da idade de cada um etc.... Aplica-se a jovens não calejados e aos de meia-idade talvez cansados de tanta montanha russa emocional. E, repito: a homens e mulheres. Cita-se em amor, Shakespeare, Camões e outros notáveis. Prefiro ficar com a síntese machadiana que “amar é ser do céu”, ou seja, algo mais sucinto e profundo que o palavreado todo, sujeito a trovoadas e a uma clareza sem par, não captura.

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