Thursday, February 14, 2008

 

The Will to Believe....


Lembrando de William James, vi que tem o importante “A Vontade de Acreditar” em português também. Menos mal para quem se aventurar. Ele explica como opções interagem com hipóteses, categorizando estas em “vivas” (ou acessíveis) e as “mortas” (o contrário). E a opção seria a “decisão entre duas hipóteses:” estas destrinchadas ainda mais em “vivas” ou “mortas”, “forçadas” ou “evitáveis”, e, finalmente, “conseqüentes” ou “triviais”.

Isso nos atendo a escolhas religiosas obviamente. A vontade de crer já diz tudo. O curioso é que ele terminou um empiricista radical, o que não deixa de ser - não o outro, mas o mesmo lado da moeda do ceticismo, dado que vislumbramos uma grande arapuca ao nos valer de “experiências” para objetivar proposições. Por isso o cara deixa os filósofos meio embaralhados.

Como a religião, o amor é também a tentativa de correlacionar nosso ser com algo inexplicável. James dizia poeticamente que essa escolha pela crença deveria vir não das frias mãos da razão mas sim dos escaldantes braços do coração. Mas como não podemos aferir o “inexplicável”, seria qualquer opção metafísica, necessariamente, uma opção “morta”? Desse labirinto ele não saiu. Mas é exatamente o que ele (não) queria. Pois assim parece que o determinismo – com suas decisões conseqüentes mas pré-fabricadas – poderia dar conta de aventuras, percepções, hipóteses e até acontecimentos sem nenhum significado, dado o papel passivo do sujeito.

Assim, seriam as categorias apontadas, desse sublime “sentir” metafísico, ao mesmo tempo hipóteses vivas mas opções mortas? Isso considerando o determinismo ou o ceticismo...? Sobre isso, James diz que “de concreto, podemos afirmar que a liberdade da crença só pode abarcar opções 'vivas' que o intelecto do indivíduo não pode resolver por si só.” Ou seja, tudo seria uma hipótese e opção e caímos no utilitário e no pragmatismo mais radical.
Ou seja, qualquer escolha, tome-a por risco e conta própria. Mas eu iria além. Se algumas charadas (riddles) e enigmas ficam sem resposta, é porque não são hipóteses primordiais. Então um dilema moral é uma expressão de termos excludentes. Não pode caber dilema dentro dele, pois depende de cada indivíduo e aí as escolhas são forjadas a ferro e fogo exatamente pela crença de cada um. E temos outro embate. Ou seja, acredite ou não, até na própria descrença, mas mesmo nos momentos decisivos, toda a situação tem um desfecho e desdobramento, alguns triviais ou não. Melhor acreditar... Um pouco mais além de Pascal....

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