Sunday, June 01, 2008

 

Poligamia e Porrada

Eu não quero uma pra vi-ver... Nem uma, nem outra. (duplo, please?) Pelo título dá pra ver que a coisa aqui é séria. Nem site de mulherzinha, nem de homenzinho. E eu não tenho nada a ver com isso. Sou apenas o relator.

Direto (no queixo) do Texas, onde vim parar sabe-se lá pela graça de quais forças da espiritualidade. A única coisa que se discute aqui e agora é poligamia. (Já explico...) Agora quero ver esses sites de discussão de relacionamento. Tudo peixinho. Aqui, imagine só, é um verdadeiro congresso de relacionamento. E numa casa só, ou em várias (mais um duplo, por favor). Imagine dez mulheres matraqueando no seu ouvido e com TPM em sintonia cronológica fina? E umas ainda adolescentes?

Aqui nesse estado (de coisas), sui generis como o penteado do Javier Bardem no filme dos irmãos Cohen, as “tretas” dos pilantras “philanderers”, irritou os caretas tipo Ne(r)d Flanders dos Simpsons, e chegou nas páginas do Wall Street Journal, publicado no norte; lá onde moram os inimigos ianques. Isso é o juízo que fazem dessas pessoas que apenas praticam sua religião. Acham que são uns abusados. Eu não acho nada, repito pela milésima vez. E não acho graça nenhuma em nada. Vamos ao caso então.

Era uma vez um rancho no Texas onde uma seita polígama vivia. Há indícios que valia fazer mais coisa lá dentro (êpa) do que supunha (hmmm) a vã canção de Tim Maia, imagino eu. Aí o (tradução literal) Departamento do Texas de Serviços de Proteção à Família resolveu acabar com a farra. E queria tirar várias crianças de lá de dentro. O caso chegou na mais alta instância “juris-prudente” do Texas, e parte da magistratura, a maioria, disse que, noves fora, não se podia separar as crianças de seus pais. Aí armou-se uma quizumba. Algumas crianças já tinham sido arrancadas do “rancho” e encaminhadas aos abrigos oficiais, pra febem do bem (bom) daqui. O que o Estado do Texas, como entidade (mais outro duplo, please), reclama, é que os marmanjos barbudos além de polígamos, pegam meninas menores de idade, filhas de outrem do rancho, para o congraçamento na santidade inviolável do matrimônio plural. Mas certas correntes da religião (não vou mencionar o nome senão me processam e não estou falando nem bem nem mal) comungam do credo de que, ao atingir a puberdade, as moças já estão prontas para o matrimônio. Temos que respeitar. O islamismo também permite. Dizem alguns. Tudo vira interpretação de textos. Sagrados, é claro.

O rancho se chama Eldorado (sic). O advogado de defesa das famílias é lá de Salt Lake City, cidade-mór(mon) de Utah... Mas quem está do lado dos poligamistas são cristãos conservadores e a veneranda American Civil Liberties Union (ACLU), que defende as causas mais doidas do mundo, em nome da liberdade. A ACLU é execrada pela direita e esquerda, dependendo do caso. Mas aqui o caso, constitucionalmente falando, é um de liberdade de expressão religiosa. Os únicos excitados com a celeuma são os causídicos, obviamente.

Ocorre que a poligamia é mais praticada em Utah onde os mórmons das antigas são mais numerosos, e ainda acreditam na prática (e na tese). Mas eles estão sendo perseguidos pois (ess)a prática é cada vez mais questionada pela sociedade – dita - moralista. Mas aqui é tudo Caetano. O avesso do avesso do avesso. Ou seja, os caras são tão conservadores que querem conservar a poligamia. Esses jovens de cabelo curto que rezam e querem comemorar bodas de ouro são muito moderninhos para alguns. Eu como não sou juiz, nem advogado, não sei o que dizer.

Mas outros ficam tão indignados com a alta do petróleo, poligamia e outras (para eles) barbaridades, que vão logo partindo pra porrada, literalmente.

Num subúrbio de Dallas, Addison, tem um barzão chamado Addison City Limits. Come-se pizza, bebe-se o chope, e coisa e tal. Cada dia tem uma atração. Nas quartas é o famoso “Amateur Fight Night” - promovido pelo promotor Ben Jackson - que por sua vez está saindo na porrada com o Estado do Texas (depois explico essa outra briga em particular).

É como se fosse karaokê. Só que é noite de porrada amadora. Caso queira e esteja frustrado com o mundo, você calça a bota, bota a calça e entra no ringue. Antes há uma mensuração anatômica para que o embate seja equilibrado, principalmente nos quesitos altura e peso. Você veste os “shorts”, luvas, etc... Baseado, perdão, inspirado um pouco no filme “Fight Club”. Ou fica olhando ou vai lá e enfia e leva porrada e sai super leve, dizem... Mas tudo muito organizado.

Tem anão voador não, como disseram antes. Aí é coisa de irlandês. Não pude experimentar a sensação de entrar no ringue. Eu sou pacifista, tão velho que já tive “Dicas” publicadas na seção homônima no Pasquim do Jaguar (na sua era decadente, o que torna o feito mais grandioso), sem maiores dotes de artes marciais e com a cervical emperrada; ou seja, seria tombo fácil pruma texana.... Ah, mas homem luta com homem e mulher com mulher. Só que algumas lutas das mulheres são numa super-banheira de gelatina e elas ficam de calcinha e sutiã. Outras são no velho box mesmo de luva e top.

Coisa mais misoginista sô. Os homens ficam parecendo o Popó... Uns tomam coragem só quando já estão com a sobriedade prejudicada, o que também não ajuda a performance. Outros ficam tomando Red Bull... Outros ficam sonhando em pegar o primeiro avião pra Tegucigalpa e inscrever-se num curso de administração de empresas hondurenho. (Essa palavra é bastante erótica, hondurenho). No bar da porrada tem touro mecânico, aquele dos filmes B.

Mas voltando à porrada. Ben Jackson foi preso por ordem do (tradução literal) Departamento de Licenças e Regulamentações Profissionais do Texas, pois necessita – segundo o dept. – de uma licença pra promover a pancadaria. Ele alega que promove recreação (sic) e divertimento (sic). Hmmm... Muita coisa estranha aqui nesse estado (de coisas). As luvas são realmente mais acolchoadas e dois puliças ficam no (p)recinto em caso de que o bicho pegue legal, numa catarse coletiva. Há um caso em que deixaram uma namorada que foi, digamos, “enganada”, lutar contra seu enganador, só que esse estava com as mãos amarradas. Um pouco mais sobre o assunto em:

http://www.youtube.com/watch?v=8gD7SY7hNGk

Nessa mesma semana o programa de maior audiência, o que mais interessava aos habitantes do estado era um programa nacional de soletração geral, um spelling bee, onde o moleque tropeçou em “quaquaversal” que quer dizer virar-se ou se movimentar em todas as direções.

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