Saturday, May 17, 2008
O Homem Sincero, Traveco, Ronaldinho, Maitê, Marília, Som, Mediocridade, Excelência e Blogs de Mulheres
O Homem Sincero, cujo blog aparece no site da Revista Época, não pode existir. Não na vida real. Ele é aquele cara com quem uma mulher deve trocar cinco e-mails e ficar apaixonada. E quando for encontrá-lo, sairá decepcionada. Não obstante se for bonito ou feio – algo que aliás é muito complexo de se julgar. Mas aqui escrevo me atendo (duplo) às normas mais rasteiras possíveis sobre definições estéticas. Não é possível tanto charme, tanta verve, cultura, sensibilidade, passeio por referências culturais de um alcance larguíssimo, maior que aqueles “time-lines” ilustrando a vida dos humanos desde que éramos átomos até a última saída do Ronaldo com travecos. O cara é uma Martha Medeiros de calça lee e cueca. Um Alberto Goldin sem sotaque e diploma. Um Contardo mais pop e menos psi. Uma Suzana Flag Rodrigues dos homens. Do lado de cá temos o Homem Sincero, do de lá tem Sua Excelência, O Canalha, maravilhoso da Rozane Monteiro, e outros congêneres que já bisbilhotei. Muito bom os blogs de mulheres, muito mais inteligentes e sensíveis, sentando a porrada nos cachorros. Eu tinha pinimba contra eles, mas agora me retrato (duplo... ihhh muita ambigüidade reticente) e me rendo (ibid). Os textos são de emudecer qualquer “garçon” que acha que tenha “tout lu”. Ou vivido peripécias, poucas e boas, ou muitas e ruins... Todos esses, blogs, colunas e sites falando dos (des)encontros amorosos.
Eu jamais escreveria sobre essas coisas. Mas já me pego fazendo. Fico apenas lendo e assistindo os debates como um voyeur desesperado pra ver se aprendo alguma coisa. Já que citei o Ronaldinho, que parece ser onívoro e insaciável ao olhar sem maior escrutínio, uma pessoa que entende do babado e é profissional no assunto me disse que dá para ver só pelo olhar (dele) que tem sérios problemas neurológicos. O que aliás não tem nada a ver com suas preferências, que seja dito já. Da preferência é muito fácil. 99% dos homens que vão atrás de traveco são héteros – segundo a definição societária – casados, ou com relacionamentos estáveis. Freud explica. O travesti é o ser por constituição, mas não definição, completo. Trata-se de uma mulher, com peito, bunda, lascívia e ainda por cima com pênis e por vezes barba por fazer (pra quem gosta da feijoada com pimenta e laranja). O travesti engloba todos os matizes e toda a linha contínua de sexualidade de um pólo ao outro. Então há um fascínio pela totalidade.
Como no tempo do som três-em-um.... Não tinha a qualidade das partes separadas e avantajadas, o que implica um esfacelamento e dilaceração (iiihh! Já tou duvidando da minha própria dúvida), mas era prático. Isso no tempo em que Dolby não era Thomas. Hoje em dia os “sons” são compactos e fazem um esporro (hmm...) danado. Estão em todas as casas, lares e bares. Eles já possuem a escolha e é só saber apertar os botões para se ouvir os alaridos (virtuais).
Mas tirando as analogias infames e infelizes de lado, seria Ronaldinho outra coisa? Ele é o Homem Sincero. Ele é meio abobalhado, os olhos não traem, disse a especialista. O gestual da boca dele, mal contendo os dentes avantajados, tampouco. Pode ter um polimento maior por ter morado fora, mas não tem a rapidez de raciocínio do Romário.Que também tem origem humilde e morou fora. Se entrega. Enfim, talvez esse curto-circuito interno dele tenha até permitido que soltasse suas inibições em relação ao tema. Afinal, ele joga em arenas cheias de pessoas, então o ato de transgredir não lhe causaria, a priori, maiores momentos de reflexão. Ele teria que assumir, a posteriori, mas não pode, pois há normas de convivência na sociedade, existe a exposicão ao ridículo e coisa e tal. Por trás dele tem o que a Joni Mitchell chama de “star-maker machinery behind the popular song”.
Mas alinhavando Ronaldinho ao Homem Sincero e falação de “relacionamentos”, acho que há uma viga-mestra (êpa) unindo esses temas todos. Com centenas de milhares morrendo em catástrofes naturais pelo mundo afora, carestia anunciada e congêneres, a gente acaba optando pelo proverbial banquinho e violão. Não dá para orquestrar a grandiosidade de sentimentos e possibilidades que pressentimos para abraçar o mundo com aquela volúpia e tara que persegue e rege - sinfonicamente - nossos (sonhados) passos. Tsunamis deixam a estrada cheia de galhos, barreiras e entulho. E corpo boiando (mais uma dose dupla, por favor)
Vi até que a Marília Gabriela vai escrever algo sobre mulheres que amam demais, desesperadamente, ou algo assim. Tem homem que é assim também. E, com muitíssimo respeito, dado o enorme talento e inteligência que ela tem, a própria Marília Gabriela ironicamente passa um ar de androginia pelo tamanho, desenvoltura, tom de voz, asserção, essas coisas. Ela é mais ou menos um contraponto à Maitê Proença, que também tem todos esses atributos, mas transpira estrógeno, estro-gênio e progesterona, e é a feminilidade ambulante ou sentada, de saia justa ou larga. Há uma certa unanimidade – talvez não rodrigueana – sobre a beleza da moça. Mas não tem pênis.
Essas já metem medo. Do buraco fundo, do escuro, da boca do lixo... (Vou me auto-flagelar pois tá baixando um Jabor em mim). Imagine então as que equilibram essa química aí um pouco mais e melhor? Larga-se o violão e o banquinho e vamos à capela (duplo óbvio). Como seria então o diálogo, e por quê a preocupação então sobre falar algo a respeito do tema? Na capela emudecemos, nos retiramos, ficamos só com nossos pensamentos. E o círculo se fecha, pois falar, escrever, etc... tornam-se absolutamente desnecessários e uma verdadeira arapuca. A gente fica só com carinha de inteligente e de quem está falando algo charmoso, mas absolutamente inútil. (Impossível) dormir, a dor não passa. Nem as pequenas poções de ilusão cazúzicas restam...
Então vamos editorializar mais interioriana-mente. Quando uma pessoa é chata, nos EUA, dizem que ela é “a pain in the neck”, uma dor no pescoço. Graças a Deus é tudo o que sinto agora, mas dói pra cacete, muito, muito mais que dores nos órgãos. E tem cirurgia pra sanar, que acho que vai ser o caso.... Nem com espada, nem com faca, mas com bisturi, nome sugestivo. O “scalpel” inglês, de nos escalpelar. Tirar os cabelos, ficar descabelado. O propósito final é como o lema da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, que já tinha mencionado aqui. ABSENTIA OMNIA DOLORIS. É o que desejo a todos, ouvintes de Raul Longras, pois só assim podemos voltar a falar dessas trivialidades e banalidades amorosas. Sambar com prego no sapato não dá. Aí então não precisa nem falar muito e sim fazer mais, viver mais, bater boca, essas coisas.... Ou então morrer de amor.
Viva então o Homem Sincero em seus momentos de Demerval e em seus momentos sublimes sub-limados. E na mediocridade “in between”... E todas as mulheres e travecos, por serem sublimes apenas por ser. Ora, esperavam o quê? O fecho e gancho de um tema desse só pode ser erigido por um arrazoado de mediocridade. Eis a minha visão traveco, mulherzinha e de macho medíocre que (não) lava o carro (que não tem) nos sábados ensolarados. Já tive muitos, não mais... In between... Always... Fazer o quê?
Eu jamais escreveria sobre essas coisas. Mas já me pego fazendo. Fico apenas lendo e assistindo os debates como um voyeur desesperado pra ver se aprendo alguma coisa. Já que citei o Ronaldinho, que parece ser onívoro e insaciável ao olhar sem maior escrutínio, uma pessoa que entende do babado e é profissional no assunto me disse que dá para ver só pelo olhar (dele) que tem sérios problemas neurológicos. O que aliás não tem nada a ver com suas preferências, que seja dito já. Da preferência é muito fácil. 99% dos homens que vão atrás de traveco são héteros – segundo a definição societária – casados, ou com relacionamentos estáveis. Freud explica. O travesti é o ser por constituição, mas não definição, completo. Trata-se de uma mulher, com peito, bunda, lascívia e ainda por cima com pênis e por vezes barba por fazer (pra quem gosta da feijoada com pimenta e laranja). O travesti engloba todos os matizes e toda a linha contínua de sexualidade de um pólo ao outro. Então há um fascínio pela totalidade.
Como no tempo do som três-em-um.... Não tinha a qualidade das partes separadas e avantajadas, o que implica um esfacelamento e dilaceração (iiihh! Já tou duvidando da minha própria dúvida), mas era prático. Isso no tempo em que Dolby não era Thomas. Hoje em dia os “sons” são compactos e fazem um esporro (hmm...) danado. Estão em todas as casas, lares e bares. Eles já possuem a escolha e é só saber apertar os botões para se ouvir os alaridos (virtuais).
Mas tirando as analogias infames e infelizes de lado, seria Ronaldinho outra coisa? Ele é o Homem Sincero. Ele é meio abobalhado, os olhos não traem, disse a especialista. O gestual da boca dele, mal contendo os dentes avantajados, tampouco. Pode ter um polimento maior por ter morado fora, mas não tem a rapidez de raciocínio do Romário.Que também tem origem humilde e morou fora. Se entrega. Enfim, talvez esse curto-circuito interno dele tenha até permitido que soltasse suas inibições em relação ao tema. Afinal, ele joga em arenas cheias de pessoas, então o ato de transgredir não lhe causaria, a priori, maiores momentos de reflexão. Ele teria que assumir, a posteriori, mas não pode, pois há normas de convivência na sociedade, existe a exposicão ao ridículo e coisa e tal. Por trás dele tem o que a Joni Mitchell chama de “star-maker machinery behind the popular song”.
Mas alinhavando Ronaldinho ao Homem Sincero e falação de “relacionamentos”, acho que há uma viga-mestra (êpa) unindo esses temas todos. Com centenas de milhares morrendo em catástrofes naturais pelo mundo afora, carestia anunciada e congêneres, a gente acaba optando pelo proverbial banquinho e violão. Não dá para orquestrar a grandiosidade de sentimentos e possibilidades que pressentimos para abraçar o mundo com aquela volúpia e tara que persegue e rege - sinfonicamente - nossos (sonhados) passos. Tsunamis deixam a estrada cheia de galhos, barreiras e entulho. E corpo boiando (mais uma dose dupla, por favor)
Vi até que a Marília Gabriela vai escrever algo sobre mulheres que amam demais, desesperadamente, ou algo assim. Tem homem que é assim também. E, com muitíssimo respeito, dado o enorme talento e inteligência que ela tem, a própria Marília Gabriela ironicamente passa um ar de androginia pelo tamanho, desenvoltura, tom de voz, asserção, essas coisas. Ela é mais ou menos um contraponto à Maitê Proença, que também tem todos esses atributos, mas transpira estrógeno, estro-gênio e progesterona, e é a feminilidade ambulante ou sentada, de saia justa ou larga. Há uma certa unanimidade – talvez não rodrigueana – sobre a beleza da moça. Mas não tem pênis.
Essas já metem medo. Do buraco fundo, do escuro, da boca do lixo... (Vou me auto-flagelar pois tá baixando um Jabor em mim). Imagine então as que equilibram essa química aí um pouco mais e melhor? Larga-se o violão e o banquinho e vamos à capela (duplo óbvio). Como seria então o diálogo, e por quê a preocupação então sobre falar algo a respeito do tema? Na capela emudecemos, nos retiramos, ficamos só com nossos pensamentos. E o círculo se fecha, pois falar, escrever, etc... tornam-se absolutamente desnecessários e uma verdadeira arapuca. A gente fica só com carinha de inteligente e de quem está falando algo charmoso, mas absolutamente inútil. (Impossível) dormir, a dor não passa. Nem as pequenas poções de ilusão cazúzicas restam...
Então vamos editorializar mais interioriana-mente. Quando uma pessoa é chata, nos EUA, dizem que ela é “a pain in the neck”, uma dor no pescoço. Graças a Deus é tudo o que sinto agora, mas dói pra cacete, muito, muito mais que dores nos órgãos. E tem cirurgia pra sanar, que acho que vai ser o caso.... Nem com espada, nem com faca, mas com bisturi, nome sugestivo. O “scalpel” inglês, de nos escalpelar. Tirar os cabelos, ficar descabelado. O propósito final é como o lema da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, que já tinha mencionado aqui. ABSENTIA OMNIA DOLORIS. É o que desejo a todos, ouvintes de Raul Longras, pois só assim podemos voltar a falar dessas trivialidades e banalidades amorosas. Sambar com prego no sapato não dá. Aí então não precisa nem falar muito e sim fazer mais, viver mais, bater boca, essas coisas.... Ou então morrer de amor.
Viva então o Homem Sincero em seus momentos de Demerval e em seus momentos sublimes sub-limados. E na mediocridade “in between”... E todas as mulheres e travecos, por serem sublimes apenas por ser. Ora, esperavam o quê? O fecho e gancho de um tema desse só pode ser erigido por um arrazoado de mediocridade. Eis a minha visão traveco, mulherzinha e de macho medíocre que (não) lava o carro (que não tem) nos sábados ensolarados. Já tive muitos, não mais... In between... Always... Fazer o quê?
Comments:
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Sensacional! Passou pela zaga, fez embaixadinha, equilibrou
a pelota na nuca (!) e botou pra dentro - do gol.
a pelota na nuca (!) e botou pra dentro - do gol.
Olha, ua mulher não fica apaixonanda pelo Fabio Hernandez depois de cinco emails.Fica depois do primeiro.
Bacana seu blog. Fiquei surpresa ao ver que homem também faz parte da audiência de blogs-mulherzinha e gosta do que lê...informação interessante...meu ex ficava tão p da vida com meu blog que o assassinei. Atualmente solteira, devo republicá-lo?
Obrigado anonymous um
v, imagino que ele deva ser apaixonante....
Neyde, nao, nao estou apaixonado pelo Fabio Hernandez. Estou intrigado com o Homem Sincero.
Anonymous 2, apos o assassinato seu marido nao vai mais ler o que voce escreve, entao vai fundo e republica, oxitona, de Platao.... To sem acento....
v, imagino que ele deva ser apaixonante....
Neyde, nao, nao estou apaixonado pelo Fabio Hernandez. Estou intrigado com o Homem Sincero.
Anonymous 2, apos o assassinato seu marido nao vai mais ler o que voce escreve, entao vai fundo e republica, oxitona, de Platao.... To sem acento....
oi, eu sei sumi, mas estou voltando aos poucos, tenhu uma ideia nova pro meu blog e keria q vc visitasse pode ser?
fica de olho, logo tem historia nova... ou fotosss.
bjs adorei seu blog como sempre...
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